E ai draconianos e draconianas,como vão vocês? Aqui é o Anão
e dessa vez chega de reclamar... vim falar de algo muito importante em jogos,
talvez a maioria das pessoas ignorem esse fato mas isso é o que dá todo um
charme as mesas e se chama... Ambientação. Sim, ambientar a mesa significa dar
um upgrade e além de tudo enriquecer o cenário.
Pois bem, mas você deve estar pensando: “ Ahhh... mas na
minha mesa tem musica já” porém quem disse que é de musica que se faz a
ambientação? Ambientação tem haver com sentir-se pertencente ao cenário pois
assim como no teatro os jogadores interpretam personagens e é ela que ajuda para que realmente possamos
vestir a pele do personagem. Vamos começar pelo básico então?
1- Referências
Para levarmos sua mesa um pouco mais a sério e dar um
upgrade nada melhor que referências, e nesse campo é importante frisar que se os
personagens vão passar por A ou B em alguma ocasião na sessão seria bom ter
referências de A ou B como por exemplo, se vão explorar uma dungeon conhecida porque
você não pode dispor de um mapa físico? Ou se vão chegar no top do Empire
States o que lhe impede de imprimir uma misera fotografia do local? Ou se a
magia do inimigo possui um simbolismo que tal desenhar tal símbolo?
Bem, não é questão de dar TUDO mastigado, porém referência
nos ajuda a manter o foco naquilo ao invés de ficar pensando em MIL coisas,
afinal é assim que campanhas publicitárias vendem não é mesmo? Nosso cérebro
sempre trabalhou melhor com imagens que com palavras ou sons, não é a toa o
dito popular além do mais não vai lhe custar muito fazer um pouco mais de
esforço para apresentar o cenário
2- Musicas
Sei que se formos falar de musicas para cada situação
teríamos que ter um post exclusivo porém hoje falarei de forma genérica. As
musicas são parte importante na ambientação porém deve-se prestar a atenção em
coisas simples como ritmo, volume e tempo de execução. Por exemplo, se a musica
está mais alta que sua voz poderá prejudicar o andamento da campanha pois as
pessoas vão começar a falar uma mais alta que a outra e acabar em uma gritaria,
ou se o ritmo não encaixar na situação como colocar algo em Alegro em uma cena
dramática, e até mesmo o tempo de execução afinal você pode até deixar a musica
tocando lá no fundinho mas saiba que irá perder toda a magia.
Assim como as imagens os sons ajuda a nos orientar e é a
única linguagem universal e a prova disso é que você não precisa conhecer o
idioma de uma musica para se emocionar com ela não é mesmo? Nem mesmo saber o
que se trata, inclusive a banda Era fez isso em uma de suas musicas ao falar
palavras sem sentido algum! Isso acontece pois em nosso cérebro está gravado
uma série de arquétipos que inclusive são aplicados aos sons, não é a toa que
as propagandas televisivas e por rádio faturam tanto não é mesmo? Quem não se
lembra da musiquinha do Mac Donalds ? Por isso mesmo além disso ela nos ajuda a
mantermos focados criando uma imagem em pensamento do ambiente.
A musica não deve conter voz, ou se tiver voz que seja algo
não inteligível pois isso vai fazer com que as pessoas foquem-se mais na musica
que na narrativa, a voz humana tem o poder de atrair atenção e hipnotizar, por
isso deve ser evitada, a não ser que seja algo não inteligível como por exemplo
cânticos gregorianos, dificilmente alguém vai parar pra prestar atenção no
significado, deve-se usar o velho bom senso para saber o que se adéqua e o que
não.
3- A voz
Como disse antes, RPG é um grande teatro, ou seja a voz
também é uma auxiliadora saber quando aumentar o tom e quando deve reduzi-lo
também é importante, fora coisas como sotaques e jeitos de falar diferente. Não
que você deva mudar a voz, mas o jeito de um velho falar jamais será igual a de
um jovem, por isso deve-se saber ater a três conceitos básicos como época,
lugar e estado sentimental.
Como o NPC também é um ser vivo então naturalmente ele sente
e é pertencente de uma cultura ou meio, a noção da época do personagem pode lhe
ajudar a dizer se ele fala de modo saudosista e pomposo rico em detalhes
lingüísticos como no movimento arcadiano ou se é mais jovem para largar os bons
detalhes lingüísticos e substituir por gírias e abreviações? Assim como o lugar
aonde se encontra também é importante, por exemplo: Em lugares do Brasil o
sotaque mais conhecido sem duvida é o mineiro que puxa no S e tem uma forma
mais solicita de falar que os cariocas que tendem a puxar no X e no ch e além
disso usar o vocabulário com muitas gírias locais.
Porém apesar de tudo quando não se está interpretando um NPC
se deve manter um tom de voz neutro sem aumentar o tom ou diminuir deve-se
falar pausado e vagarosamente para que todos possam ouvir plenamente o que se
fala, isso inclusive irá ajudar a manter o suspense na mesa pois sempre ficarão
pensando se entrar naquela caverna vai ser mesmo uma boa idéia afinal... você
nunca entrega o jogo não é mesmo?
4- Simbolismos
Lembra do que eu falei lá em referências? Pois então esse
termo se aplica aqui também, símbolos sempre se fizeram presente em toda e
qualquer cultura e sempre fará parte, o mais interessante é que quando falamos
de símbolos a primeira coisa que nossa mente associa é a logotipos ou marcas de
runas e círculos mágicos não é mesmo? Porém a definição de simbolismo expressa
aqui é que tudo há um motivo de ser assim, como por exemplo as espadas
orientais são diferentes das ocidentais podemos facilmente comparar uma
Schimitar e uma Estoc, a Shcimitar possui um formato arredondado e é larga em
sua ponta simbolizando o tipo de temperamento de um guerreiro árabe, que
deveria ser valente e corpulento ( afinal... essa espada pesa né? ) , já a
estoc é fina até sai extremidade, e é conhecida pela sua leveza e facilidade de
manejo similar a de um florete, foi criada tanto para ser belo como para ser
prático não é a toa que sempre encontramos guardas usando ela na bela e poética
Europa.
O que eu quero dizer é que trazer simbolismos e fazer
ligações é uma boa dica para a mesa, eu sempre uso recursos simbólicos em minha
crônicas isso ajuda a pessoa a pensar por si só e buscar mais referências além
de humanizar e dar todo um contexto para o cenário, realmente dá um pouco de
trabalho mas nada que o São Google não nos ajude não é mesmo? Afinal se
pretende levar sua mesa a algo a mais além de jogos casuais é importante que
você faça as pessoas ficarem com aquele gostinho de quero mais não é mesmo?
Podemos apresentar simbolismos em quase tudo, arquitetura,
culinária , indumentária e etc... Geralmente algumas podem até ser um bom pano
de fundo para explicar coisas que geralmente não são tão exploradas numa
crônica como a religião de um certo grupo, códigos morais, e etc...
Viram como ter uma mesa séria e dedicada requer um pouco de
esforço? Mas nem sempre precisa fazer tudo sozinho afinal todos trabalham por
um bem maior que seria a diversão, na época em que narrava por exemplo pedia ao
jogadores algumas musicas e referências de uma cultura X ou Y claro nada que vá
entregar o Climax da crônica porém é uma forma de manter a chama da mesa acesa
quando não estão jogando e deixá-los ainda mais ansiosos pelo jogo. E é com o
dito popular mais famoso que termino esse post:
“ Uma imagem vale mais que mil palavras”
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importante! Abraços e FUI!